sexta-feira, 17 de maio de 2013

Alhandra e o clã do Acais

Em 1864, dois anos após a extinção dos aldeamentos indígenas na freguesia de Alhandra, inicia-se a medição e demarcação das terras indígenas na Paraíba, dividindo-as em lotes e entregues com seus respectivos títulos aos índios, na qualidade de posseiros. Segundo a documentação oficial da época, Inácio Gonçalves de Barros, ultimo regente dos índios de Alhandra, recebeu 62:500 braças quadradas de terras, em um lugar denominado Estivas. Documentos demonstram, ainda, a insatisfação do regente, através de pedido de restituição das terras dos índios. 

Para os juremeiros da região nordeste, Alhandra é uma das mais fortes referências mitológicas e simbólicas da prática do catimbó e da ciência da jurema. Essa tradição foi cultuada e mantida pelo mestre Inácio e seus descendentes. 

Mestre Inácio era irmão da mestra Maria Gonçalves de Barros, a primeira Maria do Acais e pai do meste Casteliano Gonçalves e de Maria Eugenia Gonçalves Guimarães, a segunda e prestigiosa Maria do Acais. 

A segunda Maria do Acais foi casada com o português José Machado Guimarães, com quem teve nove filhos, entre eles o mestre Flósculo Guimarães, casado com a mestra Damiana. Antes de ir morar em Alhandra, Maria residia no Recife, onde era catimbozeira respeitada, o que justifica o fato de ter sido a herdeira das terras do Acais, pois segundo a tradição da família, o trabalho de um mestre deveria ser continuado por um descendente, herdando mais do que terras, a tradição da família. Damiana, falecida em 1978, era filha de Casimira, sobrinha de Maria e a ultima mestra do Acais. 

Maria chegou ao Acais por volta de 1910. Construiu uma casa para residência e, em frente, a capela para São João Batista. Por traz da casa, sob os pés de jurema existentes, cultuava suas cidades e seus mestres. Um pouco mais em baixo, em uma casa de taipa, realizava suas mesas de jurema. Seu filho, mestre Flósculo, foi sepultado em 1959 atrás da capela. Sobre seu túmulo foi colocada uma escultura em concreto de um tronco de jurema.

Maria do Acais foi referida por vários escritores, como: Arthur Ramos, Roger Bastide, Gonçalves Fernandes. Porém nenhuma referência é mais fortes e significativas que o ponto cantado nas muitas sessões de jurema espalhadas por esse nordeste:

Eu dei um grito
Tão longe
E ninguém me atendeu.
Mestra Maria do Acais
A melhor mestra sou eu.
Venho de tão longe
Eu venho é trabalhar
Trazendo as correntes
Sereias do mar.
Mestra Maria do Acais
Pra que mandou 
Me chamar.

Maria do Acais faleceu (ou se encantou) em 1937.


Para saber mais:
VANDEZANDE, René. Catimbó. Dissertação de Mestrado. Recife: UFPE-PIMES, 1975.
ASSUNÇÃO, Luiz. O reino dos mestres. Rio de Janeiro: Pallas, 2006.
SALLES, Sandro Guimarães de. À sombra da jurema. Um estudo sobre a tradição dos mestres juremeiros na umbanda de Alhandra-PB. Dissertação de Mestrado. Natal: UFRN-Pgcs, 2004.
Postagem do blogger do escritor, pesquisador Luiz Assunção

quinta-feira, 25 de abril de 2013


Quem são os "Mestres do Catimbó/Jurema”

O termo Mestre é de origem portuguesa, onde tinha o sentido tradicional de médico, ou segundo Câmara
Cascudo, de feiticeiro. Este é o primeiro elemento de ligação do Catimbó com tradições européias,
provavelmente caba listas e mostra também nestes dois significados a expressão semântica do trabalho do
Mestre, a cura e a magia.

De forma geral os Mestres são descritos como espíritos curadores de descendência escrava ou mestiça, que
em suma é a característica dos habitantes das regiões onde a jurema floresce, mas que não deve ser
tratado como um dogma. Dizem os juremeiros que os Mestres foram pessoas que quando em vida
trabalharam nas lavouras e possuíam conhecimentos de ervas e plantas curativas. Por outro lado algo
trágico teria acontecido e eles teriam se passado, isto é, morrido, encantando-se, podendo assim voltar a
acudir os que ficaram “neste vale de lágrimas”.

Não existe Mestre do bem ou do mal. O Mestre é uma entidade que pode fazer o bem ou o mal de acordo
com a sua conveniência, a ordem da casa e a ocasião.

A função dos Mestres e do Catimbó

Nesta generalização podemos entender muito bem o como e porque do culto do Catimbó. Em uma região
dominada pela pobreza e falta de assistência à população carece de assistência médica sendo a doença um
temor presente e terrível. Neste sentido os Mestres se apresentam como enviados para socorrer e aliviar o
sofrimento dos desasistidos oferecendo a tradição da medicina fototerápica, herdade dos índios para assistir
a população. Por outro lado em regiões de pessoas simples, mas que são submetidas a poderosos, violentos e
jagunços onde falta a justiça do homem e a única proteção que todos podem contar é a misericórdia divina,
os Mestres são como anjos vingadores que, apesar de ainda fortemente influenciados por suas manias e
imperfeições humanas, se colocam assim mesmo como protetores e defensores de gente desasistida.

Desta maneira podemos entender que os caminhos de Deus são inúmeros e que a espiritualidade se
manifesta da forma como é necessária para garantir uma vida justa e decente aos habitantes desta terra
fria. É neste contexto que o Catimbó se insere, absorvendo a tradição religiosa de gente simples e
adicionando a esta base espiritual fortemente calçada em princípios de ética, bondade e misericórdia do
cristianismo a necessidade do dias a dia introduzindo os ritos mágicos de trabalho e o trabalho dos espíritos
acostados.
Seria muito mais difícil se o Catimbó trouxesse uma doutrina religiosa própria. Na realidade seria
até mesmo impróprio ou desnecessário. Trata-se de gente muito simples que aprendeu e passou
a vida toda aprendendo só conceitos e ensinamentos católicos estando possivelmente muito
acostumados e doutrinados nesta verdadeira fé.

Mesa de Catimbó

Dentro de toda a simplicidade do Catimbó a Mesa representa a concentração de energias. Sua
representatividade está entre um altar de igreja e um gonga de Umbanda, sem, como sempre no Catimbó, se
ligar diretamente com um ou outro.

A mesa não é apenas um local de trabalho, mas o altar onde estaram os objetos litúrgicos e os
assentamentos dos mestres. Não existe um padrão e a sua organização e limpeza será tanto quanto for a do
responsável pela casa. Ela tanto pode ser um local limpo com toalha branca e poucos e bem colocados
apetrechos de representação como também um local saturado dos fundamentos da Jurema.

É na mesa que estarão representados os mestres, as cidades e os estados, através dos príncipes e
princesas. Em locais rurais onde existe terreno e espaço os mestres terão o seu assentamento em arvores ou
arbustos, geralmente de ervas que tenham ligação com o seu fundamento.

Nesta caso o Catimbó em sua essência se assemelha com o Candomblé onde, na áfrica os Orixás são
assentados nas arvores, que são chamadas de Atim do Orixá. No Catimbó é o mesmo, assim como também,
na falta de espaço e mata, o assentamento dos mestres é resolvido da mesma forma.

Nos centros urbanos, principalmente, em função da falta de espaço nos locais de culto, troncos da planta
são assentados em recipientes de barro e simbolizam as cidades dos principais Mestres das casas. Esses
troncos, juntamente com as princesas e príncipes, com imagens de santos católicos e de espíritos
afro-americanos, maracás e cachimbos constituirão as mesas de jurema. Chama-se mesa o altar ao qual são
consultados os espíritos e onde são oferecidas as obrigações.

A mesa deverá estar enfeitada com flores e velas acesas e não é excepcional se encontrar resplendores de
Igreja na mesa em função do profundo envolvimento do Catimbó com o catolicismo.

Uma mesa simples seria coberta por uma toalha bem branca que sempre deve ser mantida limpa. Sobre ela,
ao centro deve-se colocar o estado ou reino que representa o mestre da casa. À frente dela cruzados os
cachimbos de direta e esquerda do Mestre principal da casa. Atrás do estado deve ser colocada uma vela
grande que deve permanecer acesa todo o tempo bem como podem ser colocadas algumas imagens de
Santos católicos. É importante um rosário feito de lágrima de nossa senhora sobre esta mesa envolvendo esta.


A CONSAGRAÇÃO

A mesa de consagração é a cerimônia onde é apresentado publicamente o novo juremeiro e seu mestre guia. Essa cerimônia é realizada após a consagração, quando se alimenta os mestres, caboclos e toda a família espiritual do médium. A mesa consagração consiste em: uma mesa forrada do mais puro branco, grande o suficiente para acomodar os seguintes itens... Os assentamentos de direita do juremeiro ou juremeira, padrinho ou madrinha, jarra de flores brancas, incenso de rosas brancas ou de mirra, um castiçal para sete velas que ficara no centro da mesa, dois castiçais de três velas para as extremidades, no mínimo quatro pirex de vidro transparente com fumo e o respectivo cachimbinho (pode ser mais dependendo da quantidade de juremeiros que comporão a mesa), maracás, um prato branco com os fundamentos e sementes, um taça de vidro com axé, um bisturi, algodão, se as curas forem abertas em publico, e o atim, 2 licoreiras pequenas com o vinho da jurema, uma tacinha para licor. O rosário de contas, um crucifixo.
Nessa cerimônia não temos batida de tambor, todos os cânticos são acompanhados pelos maracás e palmas. É aberta a mesa com cânticos próprios e chamado o primeiro mestre a ser consagrado, segue-se os cânticos, oferece o vinho da jurema para todos os presentes, e encerra-se a reunião.
Quando existem condições financeiras do novo juremeiro no dia seguinte de faz uma festa com o toré da jurema, mas o importante já foi feito há dois dias.

Sarava a Jurema sagrada
Sarava as 7cidades mestras
Sarava o Angico e Vajucá
Sarava o Acais

Eu saúdo a jurema sagrada pedindo a ligação do céu a terra
Sarava a mestra Maria do Acais
Sarava o mestre Zezinho do Acais
Sarava o mestre Zé da Virada
Sarava o mestre Arranca Toco
Sarava o mestre Junqueiro
Sarava o mestre Zé Pelintra
Sarava todos os mestres
Sarava a mestra Tereza
Sarava a mestra Paulina
Sarava a mestra Ritinha
Sarava a mestra Luziara
Sarava todas as mestras.
Sarava o rei Malunguinho
Sarava os caboclos e caboclas
Sarava os pretos velhos
Sarava os marinheiros

Malunguinho é rei das matas
O rei das matas é o rei malunguinho
Joga as flechas no caminho pra o inimigo não passar
Malunguinho na mata ele é rei
Malunguinho na mata ele rei.
Com seu gibão de couro sua coroa de espinho
To na mesa da jurema
Eu to saldando a malunguinho
Mais ele é preto é bem pretinho
Salve a cora do rei malunguinho


Eu andei, eu andei, eu andei,
Eu andei, eu andei vou andar, (bis).

Sete anos eu andei foi em terra,
Outros sete eu andei foi no mar. (bis).
Oh Jurema Preta senhora rainha,
Abre a cidade mais a chaves é minha. (bis).

Oh Tupirarague ou Tupiraragua,
Sou filho da jurema e venho trabalhar. (bis).

Segue-se as cantigas de abertura de mesa, onde chamamos todos os mestres e inicia-se o mestre do juremado.

terça-feira, 23 de abril de 2013



A JUREMA SAGRADA

Muito tem se pesquisado com surgiu a Jurema, o que é o culto da jurema, alguns livros que versam sobre o assunto sempre repete as mesmas fontes que para o novo juremeiro não explicam muito, não dirime suas duvidas, não desmerecendo todo trabalho já feito por esses grandes e renomados escritores e nem querendo parecer a dona da verdade, quero falar da nossa jurema, do nosso dia a dia, da vivencia de 48 anos no culto da jurema.
Para se chegar à jurema atual, devemos nos reportar ao tempo do Catimbó, sim o catimbó essa palavra tão sofrida, desvirtuada e caluniada, já foi tomada como a pratica do mal, mas o catimbó é o culto da jurema, é o verdadeiro culto da jurema.
No catimbó se faz o bem, através das curas, da orientação para solucionar problemas pessoais, sentimentais, abertura de caminhos e o uso darem ervas para curar.
Toda força dos trabalhos está na fumaça, nas ervas, sento o fumo preparado especialmente, no catimbó não se arria trabalhos no chão, sua magia vai pelo ar, no tempo. O catimbó cultua ervas, símbolos e santos católicos, mas se tivermos de caracterizar qual é o principal objeto do culto, não há sombra de duvida que seja as ervas. O cachimbo tem como principal elemento a arvore da Jurema e do Angico.
Com a perseguição aos catimbozeiros de 1920 a 1959 e devido a arvore sagrada, começou a ser usado o nome de Jurema á pratica do Catimbó.

A JUREMA

Arvore tipicamente paraibana, a jurema é venerada quase como uma divindade, frondosa e de beleza impressionante, vive mais de 200 anos, é espinheira e sua fama corre o Brasil e o mundo.
A crença indígena conta que possui poderes milagrosos, emanando fluidos benéficos, em sua parte externa existe uma camada de logo ou musgo empregada em defumação, para o banho de limpeza. Da casca, flor e folhas são extraídas emulsão para o preparo de bebidas, banhos aromáticos para fortalecer os mestres e quando somada a outras ervas fortes para afastar entidades maléficas.
O culto da jurema é uma tradição proveniente dos índios Tabajaras. Para ser um juremeiro é preciso ser iniciado numa ritualística de mais de mil anos, começando como discípulo, tirador de jurema, preparador de junca, firmador de toadas, e ponta ou flor de mesa, e finalmente a consagração na mesa da jurema. O ritual é feito com maracá, cachimbo, sineta e gaita ou similar. A bebida oficial é o vinho da jurema que apesar de deixar levemente e por um lapso de tempo tonto o praticante, não leva qualquer substancia alcoólica como erradamente pensam.
Os cachimbos são feitos de raiz de jurema, tem dia certo para ser arrancada e não é qualquer uma que serve.
O preparo do vinho da jurema requer todo um ritual e dia e hora certa para preparar, e cada mestre guia tem seu vinho, pois sabemos doa elementos comuns a todos, mas na hora do preparo é que se colocam as ervas de fundamento de mestre regente da casa.
Atualmente já podemos comprar os cachimbos em casas especificas e preparar-lo em chegar em casa, ou fazer o seu de coquinho babaçu para uso diário se já tem mais de 7 anos de juremado. Ao comprar o cachimbo esse passa por um ritual especifico para o preparo de sua função, visto que foi manuseado por outras mãos. O maior poder do ritual esta na fumaça do cachimbo.
Dois grupos indígenas praticavam este ritual; os jês (tapuias) e os Kariris. Os detalhes dessas cerimônias ficaram perdidos, pois nenhum historiador ou escritor se preocupou em escrever-las.
Existem dois tipos de jurema, a jurema branca que tem suas sementes pretas e a jurema preta que tem suas sementes brancas.


A cidade da Jurema

A Cidade Sagrada é constituída apenas de túmulos dos mestres juremeiros, envolvidos por centenas de pés de jurema. Alhandra é o pais da jurema, o berço de Zé Pelintra, "santo" desse reino estranho e seu mais destacado protetor. Segundo o mestre Carlos Leal, Zé Pelintra foi muito perseguido e era fichado na policia como catimbozeiro. Com Maria do Acais morta em 1937 e mestres Casteliano falecido em 1923, tomava ele sempre as providencias possíveis para escapar á ação policial.

Alhandra era um território de misticismo e magia. Jurema. A perseguição de policiais sob os "mestres da jurema”.
Conta-se que quando morriam não tinham o direito de serem enterrados no cemitério local, sendo sepultados em lugares afastados, onde se plantava um pé de jurema para marcar o local do sepultamento. Nesses mesmos locais eram também sepultados todos aqueles seguidores do mestre da jurema, colaborando no surgimento das chamadas “Cidades da Jurema", como:
Cidade de Manoel Cadete, Cidade de Rosalina, Cidade de Maria do Acais, Cidade do Mestre Adauto, Cidade do Rei Heron, Cidade dos Encantos (tambaba) e Cidade de Águas Claras.
Todo juremeiro sabe que são 07 cidades encantadas e 12 reinos encantados na jurema, sendo eles:
1º Reino do Juremá ... 2º Reino do Vajucá ... 3º Reino Tanema ... 4º Reino Angico ... 5º Reino do Tigre ... 6º Reino do Bom Florar ... 7º Reino de Urubá ...8º Reino das 7 Covas de Salomão ...9º Reino do Rio Verde ... 10º Reino do Acais ...11º Reino de Canindé ...12º Reino de Tronos.
Cada um desses reinos tem localização especifica, que nós juremeiros devemos procurar preservar pois é a nossa ciência, nossa cultura religiosa.

A jurema, arvore centenária, tipicamente nordestina, cresceu de tal forma como cresceu o seu culto, reunindo a maior parte de adeptos do espiritismo na Paraíba.Para nós juremeiros é importante uma campanha de divulgação ao grande publico porque " muitas pessoas inescrupulosas, se dizem conhecedoras do ritual e através de publicações, ensinam normas erradas e ervas perigosas que podem causar a morte aos curiosos. Um egum mal controlado é altamente perigoso, nenhum livro que tenha versado até hoje sobre o assunto é reconhecido como oficial, pois um ritual profundo e misterioso no pode ser ensinado em livros e sim através de iniciação por um mestre que tenha suas raízes no Acais ou Alhandra.

" Ó jurema encantada que nasceu do frio chão
dá-me formas e ciência, como deste a Salomão
dizem que a jurema amarga,
para mim não há licor, a jurema com seus frutos
sempre nos alimentou."

A Jurema é uma reunião alegre e festiva quando em sua forma de roda (ou gira), mas, pela falta da
corrente doutrinaria formal vários formatos serão encontrados, dependendo da “ciência”, vidência,
maturidade e ética de quem o dirige e realiza, podendo ser práticas bem especificas.

É em Alhandra município a 26 quilômetros ao sul de João Pessoa, onde se ergue a Cidade Sagrada da Jurema. Foi lá que nasceu em 1813 José de Aguiar, o” Zé Pelintra” que ao morrer com 114 anos de idade se tornaria a entidade espírita mais discutida nos terreiros Umbandistas do Brasil, pelo seu linguajar pornográfico e paixão pelo marafo.
No cemitério da Cidade Sagrada estão sepultados 42 mestres famosos entre os quais além de “Zé Pelintra” Maria do Acais, Tertuliano, Jose Vicente mais conhecido como Malunguinho, Manoel “Maior do Pé da Serra”, mestre Carlos, Zezinho do Acais, Coqueiral, Cadete, Cangaruçu, Tambaba e outros. A Cidade Sagrada surgiu num sitio em Alhandra. Cada mestre que morria tinha uma semente de jurema plantada em sua sepultura, servia como identificação para os juremeiros.
Alhandra é o país da Jurema, é o berço de Zé Pelintra, “santo” desse reino estranho e seu mais destacado protetor. Zé Pelintra foi muito perseguido e era fichado na policia como catimbozeiro. Com Maria do Acais Morta em 1937 o mestre Casteliano falecido em 1923 Zé Pelintra tomava sempre as providencias possíveis para escapar a ação policial.
Nesse estranho mundo que é Alhandra, seu chão é coberto por pés de Jurema, os antigos contam que o nome de Alhandra é quase místico, se originam de antigos feiticeiros índios. Crê-se também que a jurema foi à primeira arvore que Deus plantou quando criou o mundo. A arvore causa arrepios nos mais crédulos e estrapadas violentas nos incautos, esta ameaçada pelo progresso que os juremeiros designam de outro modo, lutando pela sua preservação.

A Jurema e minha madrinha Jesus e meu protetor. (bis).
A jurema e um pau sagrado onde Jesus orou. (bis).
Eu vou pedi ao meu mestre pra me ensinar a trabalhar. (bis).
E com a força do Jurema do Angico e do vajuca. (bis).
A Jurema arreia, arreia e dá (bis).
A Jurema tomba mais não cai.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

QUE PAÍS É ESSE...BRASIL

QUE PAÍS É ESSE ...BRASIL?Que país é esse ? Uma religião pega uma concessão publica para esculhambar as outras religiões e ainda faz terrorismo com pessoas de mente fraca dizendo que quem brinca Carnaval está apoiando o diabo e agora inventaram um apelido de "Pai de encosto e mãe de encosto" escrachando com as religiões de terreiro,Isso é um país laico ? onde está o Supremo Tribunal Federal ? o Ministério Público Federal ? Nós enfrentamos uma luta desigual ,Dizem curar o câncer,exacerbam na teologia da prosperidade,vendem até perfume com o cheiro de Jesus Cristo ,Isso tem tipificação jurídica É CHARLATANISMO EXPLÍCITO ! Nem clamo aos políticos ,muitos deles são municiados financeiramente por esses grupos, nas rádios principalmente a AM estão tomando conta de tudo, cadê a equanimidade ? Não acreditei quando ao zapiar os canais de Tv ví um cafajeste bravateiro propagando a SIMONIA de forma cínica falando contra nossa cultura, REPITO; Que país é esse ? Que povo é esse que se acovarda diante disso ? Cadê os movimentos sociais ? foram coopitados pelos CCs da vida ? "NÃO SOMOS DIGNOS DA CORAGEM DE NOSSOS ANCESTRAIS, SOMOS UM BANDO DE COVARDES,CALADOS E OMISSOS ?? É PAU GUINÉ ! Texto escrito por Sandro de Jucá, babalorixá, e juremeiro de Recife/Pernambuco e, 12/02/2013